Como diz a poesia pessoana: tudo
vale a pena se a alma não é pequena.
Bem, creio que sim, porém o X da
questão parece está em nutrir o corpo e a alma para que não sofram de inanição.
Então, o “verdadeiro” X (pelo menos por agora) está em selecionar os alimentos
que podem lhes garantir crescer em graça e sabedoria. O que não é simplório,
todavia é simples. Nós, com nossa ignorância, teimosia que complicamos muitas
vezes. Passa a ser o X da questão a busca constante da dissipação dos
pré-conceitos com relação a nós mesmos e, assim, com relação também aos demais,
ao ente. (Se nos conhecêssemos melhor, creio que nos colocaríamos mais vezes no
lugar do outro e exercitaríamos a máxima de não fazer a ele o que não
gostaríamos que fizesse a nós. A isso se chama compaixão).
Pensando cá com meus botões, chego à
“conclusão” que é o medo que nos tem feito, até aqui, incapazes de conviver
qualitativamente melhor. Medo do outro que é subjetividade pura, e como somos
seres essencialmente gregários, de relação, e elegemos a linguagem objetiva
como nossa praticamente única ferramenta de comunicação, nos encontramos sempre
alertas com relação ao outro que na sua essência permanece subjetividade pura.
Como diz o poeta, o medo de amar é
o medo de ser livre (não falo aqui só do amor romântico).
Assim, como não nos permitimos
conhecer e nem ser conhecidos, vivemos sem plenitude, ou sem Deus que é a
personificação (ou metáfora) de tudo o que existe.
Todas as religiões têm por base o
princípio ético, e não é à toa, mas ainda nos encontramos perdidos entre ser
éticos com todos, ou somente com quem nos interessa, ou nos é caro (Edgar
Morin).
A maioria das religiões como
ferramenta para esse fim parece que têm falhado, (a ciência, também) deixando
entrever que não são de dogmas que necessitamos e sim de exercitar o bom senso,
ou senso de justiça. Portanto, necessitamos exercitar o desapego das nossas
“certezas”, das nossas “seguranças” e ter coragem de mergulhar no desconhecido,
no novo. E isso não é tarefa fácil, mas a vida nos convida a isso o tempo inteiro,
e um belo dia nos encontramos no alto de um despenhadeiro com somente duas
opções: pular, custe o que custar, ou passar a “eternidade” com medo de fazê-lo.
Então, ou nos tornamos
fundamentalistas com o que/quem não participa das nossas “certezas”, ou
fechados em nós mesmos, (e sempre com medo do outro); ou nos arriscamos a ser autenticamente
racionais enquanto humanos, e percebemos que fazemos parte de um todo
infinitamente maior.
Dessa feita, somente assim haverá
suficiente harmonia entre a diversidade e também respeito. Tomara que esse dia
chegue, enfim. Continuemos fazendo nossa parte como efetivamente engajados em
nossa sociedade, comunidade, uma vez que é preferível, como diz um velho
provérbio chinês, acender uma vela, por menor que ela seja, do que viver
amaldiçoando as trevas.
Paz & bem!
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